quarta-feira, 9 de março de 2016

Literatura Brasileira - Parte 25.

 


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA BRASILEIRA – PARTE 25

Num quadro estatístico e, ao mesmo tempo, funcional, podemos referir-nos a certos acontecimentos, a certos autores, a certas obras, sem os quais seria impossível qualquer renovação literária: 1) fonte próxima do Modernismo: na poesia: o Simbolismo, justificado pelo verso livre de Mário Pederneiras, pela multiplicidade rítmica, pela presença do inconsciente no momento da criação poética e pelo processo metafórico patente na expressão; 2) fonte próxima do Modernismo: na prosa: os romances Canaã, de Graça Aranha, e O Ateneu, de Raul Pompéia, isto é: a linguagem dinâmica de um mais a linguagem metafórica de outro. Fonte apenas de ordem expressional... 3) marco inicial de uma situação histórica: a Semana de Arte Moderna (1922), em cuja inauguração Graça Aranha, convocado para lhe dar apoio, diz: “Cada homem é um pensamento independente, cada artista exprimirá livremente, sem compromissos, a sua interpretação da vida, a emoção estética que lhe vem dos seus contatos com a natureza”; 4) 1ª fase modernista: 1922 – 1930: a) explicação poética de nossa História (Pau-Brasil, de Oswald de Andrade); b) revalorização do folclore nacional (Cobra Norato, de Raul Bopp); c) reformulação estética dos meios expressivos (Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade); 2ª fase modernista: 1930 – 1945: a) elaboração de uma literatura de conflitos (quer sociais, quer individuais), tanto na prosa, quanto na poesia: Cacau, romance de Jorge Amado; O Amanuense Belmiro, romance de Ciro dos Anjos; Sentimento do Mundo, poesia de Carlos Drummond de Andrade; b) completo interesse não só pelos problemas da realidade nacional, como se efetuou com o romance nordestino, mas também pelos que dizem respeito ao homem, no sentido universal:
Graciliano Ramos
Vidas Secas, romance de Graciliano Ramos; Rua do Siriri, romance de Amando Fontes; Mundos Mortos, romance de Otávio de Faria; Caminhos Cruzados, romance de Érico Veríssimo; Território Humano, romance de José Geraldo Vieira; Brejo das Almas, poesia de Carlos Drummond de Andrade; c) recondução dos processos expressivos da 1ª fase modernista, como o poema-piada, à maneira de Oswald e Mário de Andrade, enriquecidos de um novo sistema metafórico e imagético: atuantes na poemática de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Vinícius de Morais, Cecília Meireles etc. ; 3ª fase modernista:

1945...: a) recontinuaçao das experiências formais da fase anterior, com uma preocupação mais acentuada para a estesia do verso: Péricles Eugênio da Silva Ramos, Domingos Carvalho da Silva, João Cabral de Melo Neto, Darcy Damasceno, Geir Campos, Bueno de Rivera, Tiago de Melo, Paulo Mendes Campos, Antônio Olinto, Mário da Silva Brito, Jorge Medauar, Jamil Almansur Haddad, Rossine Camargo Guarnieri, Ledo Ivo, José Paulo Moreira da Fonseca, Mauro Mota, Dantas Mota, Afrânio Zuccolotto, Osvaldino Marques, Alphonsus de Guimaraens Filho, Antônio Rangel Bandeira, Aluísio Medeiros, Geraldo Vidigal,Marcos Konder Reis, José Tavares de Miranda, João Accioli, Wilson Rocha (poetas da chamada “Geração de 45”) b) valorização do ensaio crítico.
 
Ob: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
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5 comentários:

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Mais um belo texto amigo Rosemildo para ficarmos a conhecer melhor a história da literatura brasileira.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

CÉU disse...

olá, rosemildo

estive lendo sua postagem, super completa, e continuamos falando de Modernismo e Simbolismo, tal como de seus seguidores e de suas ideias.

gostaria de fazer pesquisa sobre o tema, mas agora não dá, devido a cirurgia na minha mão dta.

beijos e tudo de bom.

Maria Teresa Valente disse...

Agradeço, Furtado, por sua postagem sobre Literatura Brasileira.
Abraços carinhosos
Maria Teresa

Elvira Carvalho disse...

Como já tenho dito, conheço pouco da literatura brasileira. Estes textos são de grande ensinamento para mim. Fico sempre com vontade de conhecer outros autores, embora infelizmente não me seja possível de momento, com vários livros na calha à espera de serem lidos.
Em Portugal também a vossa literatura não é muito conhecida. Por exemplo, na aula de literatura portuguesa, andamos agora lendo e estudando os românticos portugueses. E por comparação, vamos dando os romanticos franceses. Seria muito mais lógico dar os brasileiros já que a disciplina é de literatura portuguesa.
Um abraço e bom fim de semana

Daniel Costa disse...

Furtado

Como sou interessado em conhecer mais os literatos do Brasil, aprecei bem a crónica.
A comentar Baíha e a lenda, no meu blog, BRASIL: O SORRISO DE DEUS, que se vai encaminhar para ser história pós cabralina do Brasil.
http://amornaguerra.blogspot.pt/


Abraços

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