quarta-feira, 2 de março de 2016

Literatura Brasileira - Parte 24.




HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA BRASILEIRA – PARTE 24

No terreno das ideias e nessa mesma década, o Neotomismo do francês Jacques Maritain, em muitos aspectos, alimentou a parte ideativa do nosso ensaio crítico, para cuja formação muito contribuíram as análises do nosso Modernismo, efetuadas por Alceu de Amoroso Lima (Tristão de Ataíde) filiado àquela doutrina. Paralelamente, assistimos ao despertar de uma literatura voltada para os problemas sociais e políticos, que procura identificar nossa cultura à própria realidade nacional: é um momento em que se pode falar na existência de uma Sociologia e de uma Etnologia substancialmente brasileiras, das quais são dignos representantes: Alberto Torres, Oliveira Viana, Fernando de Azevedo, Artur Ramos, Azevedo Amaral, Roquete Pinto, Gilberto Freire, Josué de Castro.

No histórico do nosso Modernismo, existe uma particularidade que convém frisar: enquanto, nessa época posterior à grande Guerra, a Europa assistia a proliferação de estéticas, como o Futurismo, o Dadaísmo, que se combatiam em prol de uma renovação formal para a poesia e a prosa – no Brasil, essa mesma renovação se operava sem intransigências e radicalismos, pois os Movimentos da 1ª fase do nosso Modernismo, como o Verde-amarelismo e o Antropofagismo, propugnavam por uma volta às formas simples e primitivas da vida brasileira, estabelecendo, pois, aquilo que o Modernismo europeu não soube criar: a dinamização do espírito nacionalista, tao bem delineado na Escrava que não é Isaura (1925), de Mário de Andrade, no Manifesto Antropofágico (1928), de Oswald de Andrade, no Grupo e revista Verde, de Cataguases (Minas, em 1927); na revista Klaxon etc.

Nossos modernistas da 1ª fase (1922) foram claros: quanto à poesia, a renovação devia dar-se no sentido de liberdade total de expressão, o que quer dizer: no sentido de tornarem-se constantes as experiencias linguísticas e estilísticas, como se pode exemplificar com a Pauliceia desvairada (1922), de Mário de Andrade. Os temas do cotidiano deviam também ser preocupação constante, e nas imagens associadas e superpostas que o verso ritmicamente livre condensava, o inconsciente está desperto com seus valores autênticos e, no mesmo instante,inconsequentes.

Quanto à prosa que se processou nessa época – a década de 20, as mesmas características da poesia nela se faziam notar: a linguagem dinâmica, o contraponto dos planos emocionais; o humor como um dos polos da atividade as do espírito, encontráveis no Amar, Verbo Intransitivo, de Mário de Andrade, e nas Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.
 
Ob: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.

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Um comentário:

Elvira Carvalho disse...

Muito interessante. Nunca tinha ouvido falar do Dadaísmo.
Um abraço e bom fim de semana

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