quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Literatura Brasileira - Parte 15.




HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
 LERATURA BRASILEIRA – PARTE 15

 
Martins Pena também deve ser distinguido. Verdadeiramente, não se pode dizer que houve teatro brasileiro nos séculos XVI, XVII e XVIII. Os autos religiosos de Anchieta, como A Pregação Universal, de finalidade catequista, pertencem a um autor que se antecipa, historicamente, à formação de nossa nacionalidade. O mesmo se dá no século XVIII, com Antônio José da Silva, o Judeu, cujo teatro, apesar de seu autor ser brasileiro, pertence muito mais a Portugal, onde escreveu toda a sua obra, do que no Brasil. Esse mesmo teatrólogo dá seu nome à primeira manifestação do teatro romântico entre nós: a tragédia Antônio José, de Gonçalves de Magalhães, foi representada, pela primeira vez, em maio de 1838, no Teatro da Constituição, pela Companhia João Caetano. Não é, contudo, essa tragédia que importa a Literatura Brasileira, pois, em outubro desse mesmo ano (1838), a mesma Companhia, no mesmo teatro, leva à cena a comédia O Juiz de Paz na Roça, de Martins Pena, na qual o assunto, o ambiente social são nossos. Luís Carlos Martins Pena foi, pela brasilidade, pelo espírito de observação, pela alta capacidade de atingir o ridículo humano, o teatrólogo mais importante do romantismo. França Júnior, em importância, vem em segundo lugar: não lhe falta senso de análise, como sentimos quando lhe conhecemos os tipos burgueses que se movimentam em As Doutoras. Gonçalves Dias, Alencar e Manuel de Macedo escreveram teatro, mas o poeta que houve em Gonçalves Dias e o romancista existente em Alencar e Macedo, faces naturais dos seus talentos, fizeram-nos menores em relação a Martins Pena e França Júnior...    
 
No setor da História, Francisco Adolfo Varnhagen merece a referência de ter criado um sentido científico para a nossa história, antes apenas cronológica, sem aparato crítico, ausente de fontes e de investigações. Veja-se lhe, para confirmação, a História Geral do Brasil.
 
Na oratória sacra, não se pode subestimar a presença de Frei Francisco de Mont'Alvern, cujas Obras Oratórias revelam um autor que fazia da palavra , eloquente e polêmica. Um instrumento de sincero patriotismo e de moralidade social...
 
Ob: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.   
Visite também: 
Clicando aqui:

4 comentários:

Elvira Carvalho disse...

E eu que pensava que António José da Silva era português.
Muito interessantes estes textos.
Um abraço

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Obrigada por compartilhar.
Bjs Rosemildo.Carmen Lúcia.

Maria Rodrigues disse...

Excelente post.
Um abraço
Maria

CÉU disse...

Olá, Rosemildo!

Tenho estranhado você! Está descansando um pouco, portanto de férias, ou está com algum problema de saúde. Queira Deus k esteja mesmo curtindo essa primavera, aí!

Martins Pena foi o criador do teatro no Brasil, se assim podemos dizer. Nasceu no Rio de Janeiro no século XIX e veio a falecer em Lisboa com trinta e poucos anos e não sei do que morreu. Pesquisei, mas não encontrei.

Lhe chamaram o "Molière brasileiro" e com alguma propriedade, embora o teatro no Brasil não tenha tudo um lugar importante e alargado, como teve, por exemplo, a Literatura.

Ficou sem pai qdo tinha um ano, e sem mãe, por volta dos dez, tendo sido entregue a um tutor. evidentemente k esse facto influenciou toda a sua vida futura.

Estudou Comércio, foi funcionário público, estudou leis, foi dramaturgo e Diplomata e produziu, criou várias peças teatrais, onde eram criticadas as pessoas da roça e as da cidade. Para as da roça, que considerava terem bom caráter, a linguagem era simples e brejeira, e para os da cidade era bota abaixo. Falava dos males da sociedade, como se fala atualmente, aí, e as obras dele e se as de outros autores tivessem desaparecido, serviriam, na perfeição, para mostrar a sociedade brasileira e seus grandes achaques.

Todos os outros autores referidos no post, e embora importantes, estiveram longe de atingir a notoriedade de Martins Pena.

Bom domingo.

Beijos para todos vocês.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...