quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Literatura Brasileira - Parte 12.




HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA BRASILEIRA – PARTE 12

Assim operaram os grandes Romantismos europeus, como o da Alemanha. Em Portugal, por exemplo, Alexandre Herculano reconstrói a Idade Média portuguesa nos seus romances históricos que formam a trilogia: O Monge de CisterO BoboEurico, o Presbítero. No Brasil, entretanto, nossos românticos, a cuja nação faltava o lastro medieval, faltavam as tradições remotas, tiveram de cingir-se às lendas atinentes ao índio ou a figuras e a acontecimentos do período colonial, como se verifica com o romance histórico de Alencar.

Como encaramos o romantismo, aqui, no Brasil? Cronologicamente, houve precursores: a) remotos, como os árcades Basílio da Gama, Tomás Antônio Gonzaga; b) próximos, como os que compuseram o grupo a que Sílvio Romero chamou de transição: o pernambucano Maciel Monteiro, o maranhense Odorico Mendes, o mineiro Salomé Queiroga, o paulista José Bonifácio de Andrada e Silva, com importância este último de haver utilizado, depois de Basílio da Gama, o verso branco que os românticos adotariam. Doutrinariamente, não podemos esquecer-nos de Ferdinand Denis, em seu “Résumé de l'histoire littéraire du Portugal et du Brésil”: “nesta obra, alguns anos antes da data oficial da implantação do Romantismo no Brasil (1836), assinalava F. Denis a necessidade, para a renovação literária de fontes de inspiração bem nossas, do abandono da mitologia greco-romana, em desarmonia com a nossa natureza e as nossa tradições” (Virgínia Côrtes de Lacerda).

O Romantismo brasileiro caracterizou-se por sua autenticidade: não só foi um retrato fiel de nossa natureza e de nossa psique, mas também obedeceu ao processo de nossa nacionalidade. Como escola literária, possui influências, autores representativos, gerações que reagem favorável ou desfavoravelmente em relação aos gêneros usados e exaltados pelas escolas anteriores. Acrescente-se mais uma particularidade: nossos poetas românticos, sendo todos bem jovens, não poderiam deixar de receber influências das literaturas amadurecidas e cristalizadas no tempo. Assim é que, se fizermos um estudo de literatura comparada, para a revelação de fontes temáticas e de traços estilísticos, observaremos as influências da poesia religiosa do francês Lamartine em Gonçalves de Magalhães, cujo Suspiros Poéticos e Saudades, publicado em Paris, em 1836, foi o primeiro grito criador do nosso Romantismo; da poesia da dúvida e da descrença, tanto em Byron quanto em Musset, tanto em Shelley quanto em Espronceda e Leopardi – a refletir-se em Alvares de Azevedo (Lira dos vinte anos), em Laurindo Rabelo (Trovas), em Junqueira Freire (Inspirações do Claustro), em Fagundes Varela (Cantos e Fantasias), em Cassimiro de Abreu (Primaveras).

Ob: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte.


Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 
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3 comentários:

CÉU disse...

Olá, Rosemildo!

Tudo bem? Sua família? Aqui, tudo satisfatório.

Eu também acho que este seu blog é pra continuar, enquanto houver assunto, e isso vai haver sempre, e enquanto você estiver apto e interessado em postar sobre um tema desta envergadura. Alguns visitantes, que vão aparecendo e alguns comentadores, que vão comentando, já são importantes para o blog e para todos nós, em geral. Os estudantes têm também de pesquisar noutros livros, pke qdo se faz um trabalho sobre o Romantismo, por exemplo, uma única só fonte é insuficiente, portanto, garotos e garotas vamos consultar bibliografia diversificada e também a Internet. Toca a estudar e a trabalhar.

Bem, depois passarei por cá, pke tenho de ir estudar, também. Não sei nada desse tema, ou melhor, sei um tiquinho, como vocês falam aí.

Resto de boa semana.

Beijos para todos vocês!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um belo trabalho dedicado ao Romantismo.
Um abraço amigo Rosemildo e um bom fim de semana.

CÉU disse...

Olá, Rosemildo!

Já aqui demos a definição de Romantismo, basta ler as publicações anteriores, mas mesmo assim, vou relembrar. O Romantismo foi uma corrente/movimento político, artístico e filosófico que surgiu na Europa nos finais do século XVIII e perdurou durante quase todo o século XIX, tendo o homem, o eu, como centro.

Em relação ao Romantismo brasileiro, ele surgiu por volta de 1835/6 com a publicação de uma importante obra. Mais tarde, um grupo de jovens brasileiros residentes em Paris, e baseados nas ideias do escritor português Almeida Garrett, levaram a cabo toda uma movimentação a favor do desenvolvimento desta corrente. Fundaram revistas, cuja epígrafe era: Tudo para o Brasil e pelo Brasil, demonstrando assim já o forte nacionalismo que, mais tarde, se haveria de sentir.
Os ideias da revolução francesa de 1789 fizeram-se sentir fortemente, tal com o a ascensão da burguesia. Nacionalismo e liberdade de expressão foram as bases do romantismo no Brasil.
Todavia, sempre o "feitiço se vira contra o feiticeiro" e os românticos brasileiros não foram exceção. Lhes chamaram de utópicos, qdo eles pretenderam dar valor à natureza, aos índios e viver de acordo com a simplicidade.
A burguesia tinha já um grande peso na sociedade e o poder, o dinheiro, infelizmente, no Brasil ou em qualquer parte do mundo "fala sempre mais alto".

Dias felizes.

Beijos.


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