quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Literatura Brasileira - Parte 07.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA BRASILEIRA – PARTE 07

 
...Política e socialmente, espelha acontecimentos nos quais se radicam as grandes linhas de nossa história e de nossa cultura: a) se, no século XVII, se registrou o início da constituição da família brasileira e, a par, o caldeamento das raças que compõem nossa etnia – o século XVIII estrutura a afirmação do homem na terra brasileira: como que se cria uma vontade nacional, a que se subordinam as diversas penetrações no sertão, a epopeia bandeirante, o ciclo da mineração e, acima de todos esses fatos, as reações nativistas de um sentimento libertário e antidespótico que explodirá na Conjuração Mineira: b) as penetrações no sertão ensejaram a criação das Capitanias, importantes como a de Minas (1720), para onde se desloca o centro da civilização brasileira, na mesma civilização em que, estabelecido o ciclo da mineração, o negro das lavras e da cultura do café se incorpora definitivamente, e se torna elemento ascendente em nossa etnia.
Tomás Antônio Gonzaga
No setor literário, o século
XVIII reproduz, aqui, o coeficiente cultural da Europa setecentista. O Neoclassicismo ou Arcadismo, estética desse tempo, aqui como lá se fundamentou nos mesmos postulados e princípios, nos mesmos objetivos artísticos. Talvez Basílio da Gama e Tomás Antônio Gonzaga, o primeiro árcade épico e o segundo árcade lírico, se tenham distinguido dos seus co-irmãos europeus (principalmente os co-irmãos portugueses), nisso de, em muitos aspectos, lhes terem fugido não só às influências, mas também às ressonâncias temáticas e formais. Basílio da Gama, no Uraguai, reabilitou o verso branco, “mais adequado para receber a herança da métrica clássica quantitativa”, deu-lhe características de verso narrativo, e assim é que, comparando-se o Uraguai ao Caramuru (1781), de Santa Rita Durão, se observa quanto, do prisma criador, artístico e artesanal, o poema de Basílio da Gama é superior! Acrescente-se, ainda, que, no indianismo de ambos, o de Basílio é menos convencional, mais problemático, mais realístico: enquanto o Caramuru se fixa, lendariamente, num acontecimento da vida de Diogo Álvares Correia, o Uraguai gira em torno de um fato real: o aldeamento – “Sete povos das Missões – aldeamento de 30.000 índios, que, de acordo com o Tratado de Madri, de 1750, deveria passar ao domínio de Portugal. Recusando-se os índios a obedecer, tropas portuguesas e espanholas impuseram-lhes rendição...

 
Ob: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte.

 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
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3 comentários:

Maria Teresa Valente disse...

Olá, Furtado!
Aprendendo mais um capítulo de nossa
história da literatura. Obrigada.
Abraços carinhosos
Maria Teresa

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Mais um belo trabalho amigo Furtado sobre a literatura brasileira e sua evolução.
Um abraço e bom Domingo.

CÉU disse...

Olá, Rosemildo!

Tudo bem? Aqui, tb, graças a Deus.

No início de seu post, você nos diz, e se baseando, sempre, na obra "Os Forjadores do Mundo Moderno", k o século XVII no Brasil preparou o caminho para a estabilidade social, económica e até moral do século XVIII. Se percebe, perfeita e historicamente, esta afirmação, pke o Brasil, como colónia tinha os dias contados. As revoltas eram constantes e com as invasões francesas a Portugal, a família real portuguesa fugiu para aí, pke não tinha outra hipótese. A louca e atrevida Carlota Joaquina fez borrada em cima de borrada, e seu plácido marido, D. João VI assistia a tudo isso, sem pestanejar.

Seus filhos, D. Miguel (absolutista) e D. Pedro (liberal), de ideias completamente opostas, seguiram rumos diferentes, e D. Pedro, foi amigo leal de vocês e tb foi Imperador do Brasil, tal como você mto bem sabe. O 07 de setembro nunca será esquecido.

Bom, voltando ao seu post, do qual me afastei, pke a 1ª parte se sua publicação pedia uma introdução, desse género, vamos voltar a nos debruçar.

Basílio da Gama foi poeta luso-brasileiro, k escreveu sob um pseudónimo bem esquisito e difícil de fixar, portanto, não vos posso elucidar, desculpem!
O seu mais célebre poema se chamou Uraguai, com características épicas. Teve cargos e orientou uma cadeira na Academia de Letras no Rio.
Muito cedo, ficou sem pai, e sua vida ficou mto à deriva. Foi acolhido pelo colégio dos Jesuítas, foi devotado e cumpridor, só k essa fase de sua vida coincidiu com a expulsão dos Jesuítas de Portugal, por ordens do Marquês de Pombal. Ficou mto desanimado e tentou cair nas boas graças do Marquês e até escreveu um poema dedicado ao irmão dele. Enfim, as coisas ficaram um pouco mais acessíveis, mas mesmo assim é convidado a ir para África cumprir degredo, pke em seu coração reinava a crença e obediência à doutrina dos Jesuítas. Acabou, entretanto, por falecer com 50 e poucos anos.

Tomás Gonzaga nasceu no Porto (Portugal) e morreu na ilha de Moçambique, para onde foi mandado por D. Maria I, por dez anos, para cumprir degredo, pke ele se colocou sempre ao lado dos brasileiros que não aceitavam o colonialismo, era portanto, um revolucionário.
Foi poeta, jurista e político. Desempenhou vários cargos e viajou muito, tb. Regressado ao Brasil, se apaixonou por Maria Doroteia, jovem brasileira, a quem dedicou imensos poemas. Em África, se casou com juliana de quem teve dois filhos. Juliana era uma mulher mto rica e a vida de Gonzaga (seu pai era brasileiro e sua mãe portuguesa) foi bastante agradável, fácil e endinheirada.


Dias felizes.

Beijos para todos vocês.

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