quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Literatura Brasileira - Parte 06.



 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA BRASILEIRA – PARTE 06
 
Jogos de palavras e de imagens; jogos de conceitos – uns e outros constituintes de uma arte em que a raridade vocabular ou léxica se casa à complexidade sintática; em que a sucessão de conceitos gera, ao mesmo tempo, uma sucessão de ideias abstratas – uns e outro resultando, finalmente, numa soma de elementos formais e de elementos essenciais ou significativos, equacionados no binômio: Cultismo-Conceptismo.
 
Gregório de Matos
Certas vezes, esses jogos de palavras e de conceitos, esse acúmulo de metáforas, imagens e hipérboles, essa preocupação pela raridade vocabular e sentenciosa tomam tal configuração, que o estilo se torna tenso, obscuro ou hermético; outras vezes, esse mesmo estilo, a que chamam gongórico ou barroco, chega a tais sutilezas, que temos a impressão de estar diante de um postulado logístico do aristotelismo, à maneira deste excerto de Gregório de Matos:

O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas, se a parte faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo”.
 
Quando no século XVIII, o Neoclassicismo ou Arcadismo sobreveio, a ruptura entre esta nova estética e o Barroquismo não foi imediata. Nas primeiras décadas do século, ainda se empregava as complexidades léxicas, os ornatos estilísticos, as inversões sintáticas do tipo do hipérbato – enfim, os jogos verbais, como os trocadilhos, tão do agrado dos cultistas ou escritores barrocos. Basta que leiamos A História da América Portuguesa, de Sebastião da Rocha Pita; o Eustáquidos, poema sobre a vida de Sto. Eustáquio, de autoria de Frei Manuel de Santa Maria Itaparica; o Compêndio Narrativo do Peregrino da América, narrativa moralizante de Nuno Marques Pereira; o Novo Orbe Seráfico Brasílico, de Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão – para que tenhamos viva ou atuante a presença do Barroco em escritores das primeiras décadas do século XVIII. Que características apresenta o século XVIII no Brasil?
 
Ob: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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4 comentários:

Elvira Carvalho disse...

As mudanças na literatura, nunca são rápidas. O escritor usa a tendência actual, mas não consegue livrar-se rapidamente de tudo o que aprendeu na sua formação.
Um abraço

Maria Teresa Valente disse...

Olá, Furtado!
Aprendendo sempre, através de suas postagens.
Obrigada, abraços carinhosos
Maria Teresa

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Mais uma narrativa maravilhosa amigo Rosemildo.
Obrigada por nos compartilhar.
Bjs e um ótimo dia.
Carmen Lúcia.

Poções de Arte disse...

Bom dia, Furtado!
O interessante nesses jogos de palavras é que não são escritas à toa - fazem sentido e nos mostra quão rica era a literatura.
Abração e feliz Setembro!

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