quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Literatura hispano-americana - Parte 04

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA HISPANO-AMERICANA – PARTE 4
CHILE – II
 
Pablo de Rokha é bom poeta romântico e apresenta uma temática política que falsamente considera marxista; Vicente Huidobro é o poeta da angústia, do fugaz e do nada em seus diversos planos. Huidobro é o iniciador do chamado “reacionismo”, que se apoia na supremacia da criação através da consciência sobre as criações da realidade externa, sendo, portanto, o poema uma nova realidade cósmica acrescentada pelo poeta criador à natureza e o poeta assim alcança a passagem do homem-espelho, típico da idade inicial da história da arte, à posição final da evolução; o homem-deus, dotado da capacidade de criação artística. As obras principais de Huidobro são “Altazor”, “Ver y Palpar” e “El ciudadano del olvido”. Pedro Pablo é o poeta do anarquismo utópico de “Los pájaros errantes” e o excelente prosador poemático de “Alsino”. Jenaro Prieto é o autor do romance “El socio”, no qual revela sua capacidade de empregar sugestivamente o monólogo interior indireto e sua maestria no vigor metafórico. Os contos e novelas de Rafael Maluenda destacam-se pelo poder descritivo dos personagens, especialmente dos femininos, e pelo vasto panorama que apresenta das diversas classes sociais. Quanto a Fernando Santiván, na realidade Santibáñes, é extraordinária sua apresentação de ambientes campestres, como o demonstra sua obra “La hechizada”. Regionalista é o escritor Mariano Latorre em seu romance principal “Zurzulita” e em seus contos “Ully”, Hombres y zorros” etc. Na observação psicológica do comportamento social de seus personagens, aliada a dotes vigorosos de narrador surge o escritor de “La chica del crillon” e “El roto”: Joaquín Edwards Bello. Observação psicológica interiorizada e expressa através da técnica de monólogos interiores é observada nas excelentes memórias de Manuel Rojas intituladas “Hijo de ladrón”.

Importantes escritores atuais do Chile são Marta Brunet (1897-1967), M. Vergara (1929, Volodia Teiltelboim (1916-2008), Fernando Alegría (1918-2005). Maria Brunet é a autora de “Montana adentro”, obra com a qual demonstra a capacidade de sua prosa artística para a transmissão da dramaticidade e do caráter da vida campestre; Fernando Alegría dedica-se ao picaresco com seu agradável “Caballo de copas”; José Manuel Vergara é o escritor católico de vanguarda que escreveu “Daniel y los leones dorados”. A poesia chilena exibe exuberância extraordinária com Pablo Neruda (Neftali Ricardo Reyes: 1904-1973), Gonzalo Rojas (1917-2011), Nicanor Parra (1914) e Efraín Barquero (1931).

Pablo Neruda foi um dos maiores poetas de toda a literatura hispano-americana graças à força multiforme de sua criação poética. Em seu livro “Veinte poemas de amor y una canción desesperada” é extraordinária sua sinceridade e intenso seu lirismo; em “Tercera residencia”, possivelmente o ponto máximo de Pablo Neruda, revela-se a angústia do poeta perante um mundo fragmentado; em “Canto general” Neruda assume o compromisso de denunciar as injustiças sociais e de combater para conseguir a humanização do mundo.

Gonzalo Rojas expressa em sua poesia introspectiva sua preocupação com os problemas existenciais e com a solidão humana; Nicanor Parra exprime em seus versos o grotesco da vida cotidiana. O livro máximo de Nicanor Parra é “Poemas y anti poemas”; a obra máxima de Efraín Barquero é “La piedra del pueblo”.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 
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2 comentários:

Silenciosamente ouvindo... disse...

Meu amigo é uma pena o seu blogue
não ter mais visitas. O amigo tem
um trabalho tão relevante sobre a
literatura no seu blogue.
É sempre muito bom para mim vir
aqui e ler atentamente o que o amigo tão bem escreve.
Pablo Neruda gosto imenso.
Bj.
Irene Alves

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Muito lindo tudo que você nos apresenta Rosemildo.
Obrigada pela visita e comentário.
Abraços-Carmen Lúcia.

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