quarta-feira, 30 de julho de 2014

Literatura hispano-americana - Parte 02.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA HISPANO-AMERICANA – PARTE 2
ARGENTINA – II

A poesia modernista de Lugones apresenta versos notáveis pela variedade e harmonia de sons e com os quais transmite suas ideias filosóficas e socialistas. Na prosa, Lugones destaca-se pela autoria de contos, como “Los caballos de Abdera” e “La lluvia de fuego”. A poesia de Banchs caracteriza-se pela preocupação quanto à perfeição formal. Banchs é o autor dos sonetos de melancolia e de meditações reunidos no livro “La urna”. Fernández Moreno é o excelente impressionista capaz de conceder elevação poética a temas simples; a suavidade de seu estilo é comprovada em seus livros “Intermedio provinciano” e “Penumbra”. Alfonsina Storni poetiza seu amor malogrado no livro “Ocre”.

 Horacio Quiroga é o excelente contista determinado pelo realismo impressionista de "Cuentos trágicos"; "Cuentos de Amor, de Locura y de Muerte" e Anaconda". Güiraldes imortalizou-se com "Don Segundo Sombra", incontestavelmente a melhor obra sobre o gaúcho. O romance-ensaio de "una pasión argentina". A dramaturgia argentina foi estimulada pela obra de Florencio Sánchez, uruguaio de nascimento, caracterizada pela simplicidade e realismo. Sánchez atinge o sentido trágico com "Barranca abajo", autêntica obra-prima do teatro hispano-americano e que descreve a decadência de uma família gaúcha tradicional.

A moderna prosa argentina apresenta Benito (1885-1952), H. A. Murena (1924-1975), Júlio Cortázar (1914-1984); sua moderna expressão poética é realizada por Ricardo Molinari, Eduardo Gonzáles Lanuza, Carlos Mastronardi, Vicente Barbieri, Maria Elena Walsh e Roberto Ledesma.

Benito Lynch tem como obra-prima o livro “El inglés de los güesos”, no qual apresenta com estilo conciso suas descrições de aspectos psicológicos e paisagísticos. Murena é notável contista em “El centro del infierno” como também o é seu contemporâneo Julio Cortázar em “Las armas secretas” ou em “Final del juego”, com os quais revela excepcional domínio da técnica deste gênero. Contista e poeta é Jorge Luis Borges (1899-1986), expressionista e mestre no estilo vigoroso e na visão original do mundo e de suas contradições, como é demonstrado em “El jardin de senderos que se bifurcan”, em “Ficciones” e “El Aleph”. 
 
Molinari, poeta que atinge o clímax de sua inspiração em “El huesped y la melancolía” e em “Unida Noche”, apresenta sua temática, centralizada no amor e na morte, com expressão cuidadosamente elaborada. Os temas prediletos de Lanuza são a fugacidade e a insegurança da existência humana. Poesia de suprema intensidade é apresentada em “El pájaro em la tormenta” de Roberto Ledesma. Mastronardi é o poeta da paisagem humana e física provinciais, às quais concede dignidade artística. Maria Elena Walsh notabilizou-se com seu livro “Casi milagro” e Vicente Barbieri, com “La coluna y el viento”, cujos versos atingem tons emocionais de símbolos graças ao excelente emprego de metáforas ousadamente compostas e reforçadas pelo poeta. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7

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2 comentários:

RENATA CORDEIRO disse...

Gosto muito da literatura argentina, especialmente de Borges e de Lugones, de quem traduzi "As Forças estranhas".
Post completo. Muito bom.
Bom dia, Rosemildo.
Abraço,
Renata

Silenciosamente ouvindo... disse...

Um post que muito apreciei ler.
Gosto muito do Borges.
Desejo que o amigo esteja bem.
Um abraço
Irene Alves

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