quarta-feira, 25 de junho de 2014

Literatura Ocidental - Parte 92.

 


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 92
LITERATURA ESPANHOLA – IX

Ortega y Gasset tem os notáveis estudos ”Meditaciones del Quijote”, “Espana invertebrada”, “El tema de nuestro tiempo”, “La deshumanización del arte” e “La rebelión de las masas”. Pode-se atribuir a Ortega y Gasset a influência predominante nos estudos hispânicos posteriores, ao lado de Azorín que permanece vivo na orientação geral das visões histórico-culturais. É necessário citar também os estudos de Ramón Menéndez Pidal (1869), no campo da História e da Filologia. 
  

Lucidez de crítica apresenta também o ensaísta, romancista e filósofo Miguel de Unamuno (1864-1936). Em sua variada produção literária podem ser apresentados: “Paz em la guerra” e “Tres novelas ejemplares y un prólogo” como romances; “El Cristo de Velásquez” e “Rosario de sonetos líricos” como representativos de sua poesia; e, em nível muitíssimo superior, seus ensaios como “En torno al casticismo”, “De la enseñanza superior em Espanha”, “Tres ensayos”, “Paisajens”, “Vida de Don Quijote y Sancho Panza”, Mi religión y otros ensayos”, “Soliloquios y conversaciones”, “Contra esto y aquello”, “El porvenir de España”, “Ensayos”, “La agonia del cristianismo” e sua obra-prima “Del sentimento trágico de la vida” etc. Unamuno simboliza modernamente o caráter da Espanha em crise pelos conflitos que vivencia entre a fé e a razão, pela ruptura entre pensamento e ação, pelas contradições entre cultura e civilização. A base fundamental de sua filosofia está inteiramente sustentada na defesa de cada pessoa humana como um fim em si mesma e por quem a civilização deve exercer uma responsabilidade concretamente individualizada. Unamuno insere-se na longa tradição que considera o homem como “un principio de unidad y un principio de continuidad” e que foi mantida viva por S. Paulo, S. Agostinho, Pascal e Kierkergaard. Como declarado acima, a defesa que compreende pelos fundamentais desejos de supervivência e afã de imortalidade dos seres concretamente reais e atuais caracterizados ainda pela essencial contradição, colocam-no como opositor do racionalismo e do cientificismo, bem como aproximam do existencialismo.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Literatura Ocidental - Parte 91.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 91
LITERATURA ESPANHOLA – VIII

A segunda metade do século XIX é também caracterizada, além do pós-romantismo de Béquer e outros, por uma orientação aproximada ao realismo, na qual devem ser apreciados: Fernán Caballero (1796-1877), Benito Pérez Galdós (1845-1920), Armando Palacio Valdés (1853-1938) e Marcelino Menéndez y Pelayo (1856-1912).

Fernán Caballero, pseudônimo de Cecilia Boehl de Fáber, inicia a novela realista e regionalista na Espanha com a publicação de “La Gaivota” em 1849. Há em Fernán Caballero os tons melodramáticos do romantismo e a cuidadosa observação da vida espanhola que justifica sua inclusão final no realismo literário. O maior romancista do século passado nas letras espanholas é Benito Péres Galdós, autor de “La fontana de oro”, “Gloria”, “Marianela”, “El amigo manso”, “Fortunata y Jacinta” e “Misericordia”. Galdós compôs dois ciclos de “episodios nacionales”, um centralizado no personagem imaginário Gabriel Araceli e outro no também imaginário Salvador Monsalud. Ainda na obra de Galdós é necessário citar sua produção teatral com as peças principais: “Realidad” e “Alma y vida”.

Palacio Valdés é o autor de “La hermana san Sulpicio” e também de alguns contos e artigos de crítica literária. Há em Valdés a influência de Dickens e Flaubert, mas, sua grande realização é a técnica de dialogação e a sutileza do humor. Menéndez y Pelayo é o grande crítico literário que inclui, além dos critérios propriamente literários, concepções estéticas e relacionamentos ao necessário desenvolvimento do povo. Em sua obra renovadora da crítica em seu país, destacam-se: “Historia de los heterodoxos españoles”, “Historia de las ideas estéticas em España”, “Orígenes de la novela”, “Estudios de crítica histórica y literaria”, “Poesia hispanoamericana”, “Antologia de poetas liricos españoles”.

A atualidade literária espanhola apresenta, inicialmente, José Martinez Ruíz Azorín (1874) e José Ortega y Gasset (1883-1956, ambos dedicados aos ensaios de interpretação da cultura hispânica. Azorín é o ensaísta de “Los pueblos” e de “Castilla”, o crítico litarário de “Clásicos y modernos”, “Al margem de los clásicos”, “Rivas y Larra” e “Los valores literarios”, e, ainda, o romancista de prosa poética em “Don Juan”, “Doña Inés” e “La voluntad”.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Literatura Ocidental - Parte 90.

 
 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 90
LITERATURA ESPANHOLA – VII

O século XVIII é, com exceção da agradável técnica do prosador Fr. Benito Jerónimo de Feijóo, (1676-1764), um período decadentista dominado pelo academicismo e pela nostalgia das passadas grandezas. Feijóo é excelente ensaísta por seu estilo claro e simples que flui com vivacidade e exatidão sejam referentes à Estética, à Filologia ou à Literatura.

O século XIX anuncia o revigoramento literário com a introdução do romantismo na Espanha e o aparecimento de seus melhores representantes: José de Espronceda (1808-1842), Gustavo Adolfo Béquer (1836-1870) e Mariano José de Larra (1809-1837).


Espronceda é o maior dos românticos espanhóis pela rebeldia e ousadias revolucionárias, seja na política, seja na literatura: apresenta pela primeira vez em seu país a sátira realmente violenta e o faz em defesa da liberdade. Seus poemas incluem os aspectos contraditórios da rebeldia romântica, como pessimismo, satanismo, desespero e amargura, exaltações e celebrações báquicas. A obra poética de Espronceda inclui dois longos poemas:”El diablo mundo” e, de maneira muito especial, “El estudiante de Salamanca”.

Como prosador a grande figura do primeiro momento romântico espanhol é Mariano José de Larra, excelente na sátira política e também na dimensão trágica do pessimismo de “El dia de difuntos de 1836”. A prosa de Larra é suficientemente expressiva para justificar-lhe o prestígio de grande articulista de costumes e de apreciações literárias.

Béquer pertence a geração romântica em seu segundo momento hispânico e nela assume a posição central entre os poetas, ao mesmo tempo em que assinala o definitivo reforço de uma direção que será frequente na literatura moderna de seu país: a predominância da inquietude, do desespero e da revolta como constantes na criação literária de maior fecundidade. Béquer destaca-se pela autoria de “Leyendas y fantasias”, de extraordinária plasticidade estilística e que reformulam em prosa autenticamente poética as antigas tradições populares, mas a glória de Gustavo Adolfo Béquer reside em “Las rimas”, coleção de poemas informados pelas temáticas tanto da essência da poesia e natureza do poeta, como das frustrações amorosas, das dores causadas pelas desilusões e da invocação da morte.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.

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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Literatura Ocidental - Parte 89.

 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 89
LITERATURA ESPANHOLA – VI

A idade máxima da literatura espanhola pertence, como um dos seus três mais representativos autores, Francisco de Quevedo y Villegas, cujo estilo aproxima-se do de Gongora, mas que deve ser diferenciado como conceitismo, ou seja, direção do barroco, distinta do culteranismo por não depender como este dos recursos sintáticos e metafóricos, mas, por caracterizar-se pela extrema sutileza de pensamentos antiteticamente construídos. Notável em Quevedo é a análise crítica que realiza da humanidade, seja ao apresentar ilustres personagens, seja ao dedicar-se ao estudo de tipos populares. Sua obra-prima pode ser considerada “La Hora de todos”, prosa satírico-moral. De Don Francisco de Quevedo y Villegas deve-se, ainda, assinalar a composição de uma novela picaresca, “El Buscón”, original pela simplicidade de estrutura, pela eliminação das fastidiosas digressões moralistas e pela excepcional transcrição da realidade. 

A nova geração de autores teatrais, que escreve suas peças no século XVII, é liderada por Pedro Calderón de la Barca (1600-1681), autor que se particulariza pela riqueza metafórica e por sua integração em seu tempo. O teatro calderoniano desenvolve temáticas determinadas pelo sentimento de honra, pelo sentido religioso e pela dignidade monárquica; mas, sobretudo, pela grandeza do simbolismo teológico. Como dramas religiosos merecem destaque “La Cena de Baltasar”, “La Hidalga del Valle” e “La devoción de la Cruz”; como peças dramáticas, “La niña de Gómez Arias” e “El Alcalde de Zalamea”; como comédias de costumes, “La dama duende” e “No hay burlas com el amor”; como comédias filosóficas, “Saber del mal y del bien” e “La Vida es Sueño”, sua incontestável obra-prima; como auto sacramental de fundo filosófico, “En el grand teatro del mundo”. Ao ciclo de Calderón pertencem Rojas Zorrilla (1607-1648) e Agustin Moreto y Cavana (1618-1667). De Rojas Zorrilla citam-se como mais significativas as peças “Garcia del Castañar”, “Donde hay agravios no hay celos” e “Entre bobos anda el juego”; as duas últimas são comédias de costumes, ou, devido ao exagero de caricaturas, “comedias de figurón”. Augustin Moreto é propriamente autor de comédias de caracteres, como o atestam “El lindo don Diego” e “El desdén com el desdén”.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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