quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Literatura Ocidental - Parte 74.

   HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 74-
LITERATURA RUSSA – II
  
A dualidade de expressão literária prolongar-se-á até o século XIX: há um primeiro conjunto literário de inspiração eslava retirada do imenso repositório de contos, lendas e canções da criação artística popular e outo conjunto literário caracterizado pelos empréstimos ao estrangeiro, seja na inspiração, seja no próprio nível linguístico.
 
A primeira grande história da Rússia é escrita nesta ambiência oitocentista pelo filólogo e historiador Nicolas Karamzine (1765-1826). O estilo de Karamzine atesta-lhe o esforço para obtenção de elegância e concisão.
 
O romantismo russo
 
O romantismo inicia-se na realidade cultural russa no princípio do século XIX e marca a real inclusão de sua literatura à dignidade de expressão artística no domínio cultural do Ocidente. Uma inicial manifestação literária do romantismo é encontrada em Vassili Andreievitch Chukovski (1783-1852), por sua importante contribuição à criação da língua poética de seu país.
 
O romantismo encontra-se totalmente na vida e obra de Alexandre Pushkin (1799-1837), criador dos primeiros grandes mitos nos quais o povo de seu país se reconhece. Seus poemas épicos ou líricos estão compostos num estilo que alia a simplicidade ao poderoso vigor. É notável a influência do baironismo sobre este autor de temas históricos ou contemporâneos, como “Boris Godunov” e “Eugene Onegine”. Embora a influência recebida do romantismo de expressão alemã e francesa seja uma evidência, Pushkin inseriu-se completamente na tradição da poesia popular já em sua primeira produção artística, o poema folclórico de gênero épico-cômico intitulado “Ruslam e Ludmila”. A Pushkin pode-se atribuir o nascimento real de uma poesia russa maturamente artística.

 
O exemplo de Pushkin foi acompanhado na geração seguinte do romantismo através da produção literária de Michael Lermontov (1814-1841). Também Lermontov entra em contato com a literatura popular elevando esta riqueza expressiva aos planos de composição artística; tanto em seu poema simbólico de meditações sobre o Mal, “O Demônio”, como em seu “Canto de Ivã, o Terrível” revela o poeta a influência do baironismo, embora presente esteja a inspiração à Vigny. Michael Lermontov é também o autor de “Um herói de nosso tempo”, romance que alcançou grande popularidade. 
 
Ainda pertencente à segunda geração romântica destaca-se o escritos Nicolas Vassilievitch Gogol (1809-1852), criador do romance e da comédia russa. Na obra deste escritor pessimista e satirista de humor assinala-se o expandir do mal até alcançar níveis universais e a necessidade de redenção cósmica, duas linhas que serão basilares no desenvolvimento da literatura russa. Gogol escreveu: “O abrigo”, romance de aspectos já realistas; “O inspetor”, comédia satírica; “O manto”, considerado comum fonte de inspiração aos escritores russos por Dostoiévsky; “Taras Bulba”, quadro histórico se situações dramáticas magistralmente construídas; e, finalmente, sua obra-prima, “Almas Mortas”, pleno de sincera humanidade.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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3 comentários:

Smareis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Smareis disse...

Não conhecia as obras de Alexandre Pushkin.
Uma excelente postagem!
Um abraço com carinho, e ótima semana!

Maria Rodrigues disse...

Meu amigo mais uma brilhante aula de história. Como sempre um post excelente.
Beijinhos
Maria

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