quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 40.




HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 40
LITERATURA NORTE-AMERICANA

Naturalismo norte-americano
 
Theodore Dreiser e Sinclair Lewis (1871-1945; 1885-1951) representam bem o naturalismo em solo ianque. Theodore Dreiser, normalmente considerado materialista, não o é realmente, a não ser que o seja na modalidade vulgar e mecanicista; há em seus escritos uma secreta admiração pelos homens da burguesia financeira até a política que estigmatiza, além de um poderoso misticismo que lhe informa o raciocínio, o que se completou com a adoção de uma clara atitude religiosa. Seus romances atacam uma série de tabus, como a situação sexual da mulher (“Jenny Gerhardt”), o poderio do dinheiro (“The Financier”), a vontade de poderio e a grande cidade americana (“Titan”) e o capitalismo (“An American Tragedy”). O mito da ciência e a simplificação dos móveis humanos a dinheiro e sexo diminuem um pouco o valor de seu melhor romance, “An American Tragedy”, notável pela realidade das lutas de classe e pelo destaque atribuído à responsabilidade humana.

Sinclair Lewis é testemunha mais lúcida das duas décadas que seguem o ano de 1920 e seu estilo tem forte sabor de reportagem. Lewis antecedeu Sartre ao recusar também um prêmio de alto prestígio internacional (“Pulitzer” 1925) e justificar a recusa por considerá-lo tentativa de tornar o escritor “obediente e estéril”. Suas obras principais são “Maim Street”, “Babbitt” e “It Can't happen Here”. “Main Street” disseca o provincianismo em sua deformação não apenas das vítimas, mas também para os que o empregam para o triunfo fácil: “It Can't Happen Here” sincera e corajosamente aponta o perigo do ressurgimento fascista. Lewis destaca-se pela técnica dos detalhes e pelo realismo da linguagem com a qual exercita a sátira.

A geração perdida

A geração que ficaria considerada como perdida, graças à consagrada expressão com que Gertrude Stein (1874-1946) a designou, segue a linha de desenvolvimento iniciada por Dreiser-Lewis e é composta, sobretudo, por Ernest Hemingway (1898-1961), Henry Miller (1891), Fitzgerald (1896-1940), John dos Passos (1896), William Faulkner (1897-1962) e John Steinbeck (1902).

Hemingway que praticamente melhor representa esta geração de voluntários da primeira guerra mundial e que são iludidos em sua convicção de eliminar definitivamente o mal quando a segunda guerra explode, é uma lendária figura de aventureiro, por sua participação na revolução espanhola, na libertação de Cuba e nas “aventuras” africanas; seu raro vigor recebe estímulo na convicção de que o heroísmo é necessário para viver, embora este heroísmo possa ser resumido na aventura de morrer gratuitamente. Em sua técnica narrativa evita os comentários de autor e as autoanálises de personagens estruturando a estória à Maupassant através da própria ação. Estilisticamente, observa-se na simplicidade sintática relacionando as orações a partir da principal e formando-as de maneira simples e raramente integrando parágrafos. Hemingway é um autêntico criador de mitos heroicos centralizados em valores primitivos, como a coragem e a perseverança. Entre os seus escritos estão: “A Farewell to Arms”, “To Have and Have Not”, “For Whom the bell Tolls” e “The Old man and the Sea” – este último é extraordinário em sua concentração de “mood” e tom. O tema central de sua produção é o problema de enfrentar a morte apenas armado com o valor da intensidade.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 87/88.


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                                    Meus queridos amigos!

Hoje estarei me submetendo a uma limpeza da lente intraocular que me foi implantada quando de uma cirurgia de catarata, realizada já há alguns aninhos atrás. Rsrs. Portanto, dependendo das recomendações do médico, pois tenho também que me submeter a retirada de alguns quilinhos de pterígio – com data ainda a ser marcada – devo me ausentar das telinhas (TV e PC) por algum tempo, rogando a DEUS que seja o menor possível.

Mais uma vez, agradeço a indispensável compreensão de todos, prometendo voltar logo que me for permitido, pois, como sabem, é muito difícil viver sem o valioso convívio de vocês.

Beijos no coração de todos.

QUE DEUS SEJA LOUVADO!

Rosemildo Sales Furtado.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 39.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 39
LITERATURA NORTE-AMERICANA 
 
Já o universalismo pode ser representado por Henry James (1843-1916), intelectual de formação europeia. Henry James escreveu sobre a realidade americana que o obsecava como um visitante onisciente o faria. Seus romances psicológicos – “The Ambassators”, “The Wings oh the Dove” e “The Golden Bow” – revelam-lhe a lucidez impiedosa, o caráter subjetivo e simbólico dos dramas e a devoção aos valores morais. Seus romances têm construção centralizada em paradoxos desenvolvidos com suprema ironia e técnica que o consagram com a realização máxima do romance em seu país. Como crítico literário destaca-se pela autoria de “The Art of Fiction”, magnífico ensaio sobre o romance que é válido até nossos dias.

Emily Dickinson (1830-1886) é um fenômeno original não apenas na excelência de seu lirismo como, principalmente, pelo modernismo avançado de sua técnica na combinação do harmônico e do dissonante e na maestria com que, sob uma superfície enganadora de simplicidade, multiplica os sentidos das palavras que emprega para transmitir a violenta oposição de seus sentimentos e conceitos. A ousadia de suas metáforas intensifica e amplia as imagens centrais de seus poemas.

É necessário destacar três outros escritores desta primeira fase de literatura norte-americana autêntica: Washington Irving (1783-1859), James Fenimore Cooper (1789-1851) e o grande poeta Walt Whintman (1819-1892)

Washington Irving é o iniciador do conto americano e da descrição de tipos regionais, inserindo-se por seu humor, como Mark Twain, na tradição de Goldsmith, mas, por seu estilo gracioso e humorístico. Transforma o conto gótico ao introduzir o humor que torna o terror altamente divertido. Escreveu “Rip Van Winkle” e “The legend of Sleepy Hollow”.

James Fenimore Cooper é, por sua vez, o criador das descrições de cenas norte-americanas e dos acontecimentos e personalidades locais. Seus romances estão centralizados no heroísmo de Natty Bumpo: as principais obras pertencem ao ciclo de Leatherstocking” (“The Deerslayer”, “The Last of the Mohicans”, “The Pathfinder”, “The Pionees” e “The Prairie”). Nunca será demais ressaltar a contribuição de Cooper na emancipação da literatura norte-americana. 
 
Walt Whintman é contemporâneo de Emily Dickinson. Caracterizado pelo individualismo sbjetivo,pelo misticismo, pelo sentimento nacionalista e pelo culto do homem comum, Walt Whintman é um emancipador poético, ou, como o expressou Burroughs, “sua obra apresenta a força de dissolver barreiras em vez de erguê-las, dissolver formas, escapar de fronteiras estreitas, colocar o leitor numa colina e não numa esquina”. O manifesto de Whitman em seu livro “The Leaves of Grass” proclama as linhas básicas de seu romantismo. É impressionante a riqueza de imagens (inclusive as não poéticas), sons e símbolos colocadas nos poemas segundo a enumeração caótica.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 85/86.
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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 38.


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  HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 38
LITERATURA NORTE-AMERICANA 
 
O grande poeta anterior à época da secessão é Edgar Allan Poe (1809-1849) dominado pela atração pelo fantástico e pelo esotérico. Poe conquistou reconhecimento exterior, principalmente na França, por literatos como Baudelaire, Valéry e Yeats na Inglaterra, enquanto no E.U.A. recebia críticas de Emerson e de outros. Como teórico da literatura, Poe define poesia como “the rhythmical crestion of Beauty”, a finalidade da arte como o prazer e não a verdade, a obtenção do prazer estético através da unidade e da concisão e a criação poético como deliberação consciente elaborada com precisão e rigidez quase equivalentes a um procedimento matemático combinatório. São características da poesia de Poe: o predomínio do imaginativo sobre o racional, a qualidade musical do verso, a nostalgia pela serenidade grega, o predomínio distante no tempo e no espaço sobre o real imediato, o gótico exclusivamente poético e o uso de repetições dextramente modificadas. Os principais poemas de Poe, como “The Raven” ou “Anabel Lee”, seus ensaios de literatura, “The Poetic Principle” e “The Philosophy of Composition”; concorrem com suas estórias para sua imortalização. Seu herói Auguste Dupin é predecessor de Sherlock Holmes pelo uso da análise racional para descoberta e reconstrução de acontecimentos.

A primeira romancista norte-americana, Beecher-Stowe (1811-1896) é a célebre autora de “Uncle Tom's Cabin”, que em apenas dez meses teve a tiragem de 300 mil exemplares. “Uncle Tom's cabin” exprime o conjunto de sentimento pré-revolucionários, mas, evidentemente, a concepção corrente de que tenha “provocado” a Guerra da Secessão é utópico exagero... 
 
Após a vitória do Norte em 1865 os grandes temas norte-americanos são propostos e os grandes valores definidos. As principais ideias-força da civilização nascem e se afirmam neste período: o gigantismo, o messianismo da liberdade, o problema indígena, o problema negro e a coexistência de duas tendências: o isolacionismo e o universalismo.

O isolacionismo seria bem representado por Samuel L. Clemens, conhecido na literatura como Mark Twain, típico representante da América em processo de rápida expansão territorial e autêntico homem da fronteira. Este escritor dos ambientes sulinos exerce um realismo aproximado ao dos humoristas ingleses do século XVIII, como Fielding e Goldsmith, e atinge o nível de alta literatura com seu “Huckleberry Finn” – romance picaresco que alcança a estatura de épico popular. Há profundas notas trágicas em seu humorismo e o pessimismo explodirá no final de sua vida ao publicar “The Mysterious Stranger”. Este escritor que é celebrado como o “americano autêntico” adotou para suas estórias a própria língua popular falada em toda sua truculência e em seu pleno pitoresco.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 84/85.

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