quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 37.


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HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 37

LITERATURA NORTE-AMERICANA 
 
O escritor mais representativo no período da juventude literária norte-americana é Benjamin Franklin, cujo pensamento é um misto de senso comum e de reacionalismo e se expressa num estilo simples e claro. Franklin forneceu na otimista Filosofia norte-americana a ingênua figura do heroi conquistador self-made. 
 
O século XIX eleva a literatura norte-americana ao nível significativo. Boston e Filadélfia cedem lugar a Concord e seu grupo de escritores: Emerson (1803-1882), Hawthorne (1804-1861) e Thoreau (1817-1862). A grande filosofia da época é o transcendentalismo, transplantação do romantismo ao solo puritano e de bases idealistas que exaltam as ilimitadas oportunidades da alma humana. Os mais conhecidos livros da doutrina do individualismo superior, determinado pela natureza espiritual da realidade e pela ascese das virtudes morais burguesas e que determina o pensamento de Ralph Waldo Emerson, são as duas sedes de seus Ensaios, alguns dos quais têm maturidade realmente artística. Embora o pensamento emersoniano traga a ideia de que para a reforma social seja suficiente a reforma pessoal através da autodisciplina e quase coloque o otimismo ingênuo e a sensação  de conquista como verdadeiras “obrigações”, traz também uma das melhores tradições norte-americanas: o não conformismo. Nota-se como defeito do escritor Emerson certa falta de organicidade.
O não conformismo é também a linha mestra do pessamento de Henry David Thoreau. Thoreau distingue-se de Emerson por não ser um filósofo eclético e situar a origem de seu não-conformismo na análise da situação humana sob a revolução industrial que se inicia com seus aspectos de mecanização e padronização do ser humano. Resta ao homem a elaboração de uma maneira pessoal de vida, e Thoreau assim o aconselha e exemplifica. Embora simplisticamente através do retorno à integridade, naturalidade e contentamento obtidos na comunhão com a natureza. Suas ideias estão apresentadas com austeridade de estilo no livro “Walden”.
Nathaniel Hawthorne é o primeiro grande literato norte-americano. O autor de “The Scarlet Letter” e de “The House of the Seven Gables” é um romancista ético que analisa psicologicamente a vida interior a transfere-lhe as verdades ao mundo concreto através de complexos simbólicos. Suas personagens são concebidas como corporificação de traços psicológicos e morais. É constante, na temática de Hawthorne, o retorno ao passado. Com Herman Melville (1819-1891) efetiva-se a maturidade literária americana. De seus contos nota-se a técnica do suspense e o intenso simbolismo, como em “Benito Cereno”, e a trágica observação que se mantém serena perante a submissão da inocência à fatalidade, como em “Billy Bud”. Como romance, aparentemente reduzidos a simples aventuras marítimas, mas, que, de fato, incluem e estão estruturados ao redor de densa pesquisa metafísica, cita-se “Typee”, “Omoo” e sua obra-prima no gênero “Moby Dick”. Curiosamente a cosmovisão de Melville é antiamericana, apesar do muito que se deve ao puritanismo: o Mal é onipresente e revela-se através da miséria, do sofrimento e do pecado do ser humano completamente impotente. Melville foi redescoberto na década de 20 e “Moby Dick” reconhecida como imenso mito moral.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 83/84.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 36.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 36

LITERATURA NORTE-AMERICANA


Como ocorre em toda a América, os primeiros escritos norte-americanos só podem ser assim denominados por capricho geográfico: a presença dominadora da pátria-mãe está presente em tais textos tanto em suas ideias e temas como em seus estilos. Realmente, a emancipação literária norte-americana poderia ser localizada no século XIX.

No século XVII o pais está em franco processo formador de sua nacionalidade e cultura e as primeiras características norte-americanas podem ser estabelecidas, embora a vida literária esteja quase que reduzida a sermões e controvérsias religiosas e escassa seja a produção poética. O mundo puritano em sua austeridade, de fato, não oferece campo propício à expressão literária, preferindo concentrar-se num mundo centralizado em Deus e no desejo de uma vida extra-terrena sob orientação das meditações retiradas dos ensinamentos bíblicos. Alguma força poética pode ser saboreada no poema puritano “Day of Doom”, cujo título completo é, à maneira do século, “The Day of Doom, or description oj the great and last Jud-gement, with a short discourse about Eternity”, mas, esteticamente, é tarefa ousada. “Day of Doom” gozou de ampla popularidade e seu autor é Michael Wigglesworth (1631-1705). Em 1939, no entanto, foi redescoberta e publicada a poesia do poeta metafísico Edward Taylor (1645-1729), portadora de vigorosa e sensual imagética e dos aspectos cromáticos.

O século seguinte é a época dos “filósofos naturais”, como Jefferson e Franklin (1743-1826; 1706-1790), e da crença do poder ilimitado da razão num mundo organizado para o progresso humano. A religião revelada é tornada natural, num autêntico deísmo e Deus é conceituado como a causa primeira organizadora da ordem suprema que rege o Universo. Nesta época, o mundo cultural americano está centralizado e contido em Filadélfia.

Os direitos humanos tal como apresentados na Declaração da Independência podem ser resumidos numa receita simplista para obtenção da felicidade: seria a soma de seus tríplices fundamentos: vida, liberdade e propriedade. A ela está ligado o nome de Thomas Jefferson, que fortemente contribuiu para a construção dos Estados Unidos e de seu pensamento político fundamental. Jefferson é mais importante como anarquista individualista que estrutura o pensamento pela conquista da liberdade política, religiosa e intelectual e o concretiza mais por políticas diretas do que como literato. Seus temas centrais: libertação dos escravos, liberdade de expressão, sistema universal de educação, combate à “witch-hunt” (termo que cunhou para designar o terrorismo cultural da época...) e afirmação do direito fundamental de protestar pela violência.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 81/83.

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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Literatura ocidental-Parte 35.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 35

LITERATURA INGLESA

George Bernard Shaw (1856-1950) encerra a época vitoriana e inicia os tempos atuais. Shaw é destacado romancista, dramaturgo, humorista e teórico de uma espécie de socialismo. Como teórico do socialismo publicou o famoso livro “Fabian Essays in Socialism”; mas, a fama e renome de Shaw é, sobretudo, justificada por suas peças teatrais, dentre as quais é difícil selecionar algumas apenas. Excelentes, certamente, são: “Saint Joan”, “Major Barbara”, “Doctor's Dilemma”, “Man and Superman”, “Andocles and the Lion”, “Back to Mathuselah”, “Captain Brassbound's Conversion”, “The Devil's Disciple”, “The Apple Cart”, “Heartbreak House” e as demais...

Iniciada a época vitoriana com a figura típica do cidadão Kipling, concluída pode ser com sua completa negação: Edward Morgan Forster (1879), autor de “A Passage to India”. O antkipling E. M. Forster é notável no combate ao nacionalismo e ao imperialismo britânicos.

Tempos atuais

Virginia (Stephen) Woolf (1861-1923) é autora dos romances “Jacob's Room”, “Mrs. Dalloway”, “To the Lighthouse” e “Orlando”, nos quais aparece sua preocupação fundamental com a significação dos fatos passados inseridos no presente para a justificação da existência humana.

Aldous Huxley (1894) publicou como romancista: “Antic Hay”, “Brave new world”, Those Barren Leaves”, “Point Counter Point” e “Ecless in Gaza”. Huxley é crítico constante da sociedade e do intelectualismo e a evolução de sua obra atesta um progressivo pessimismo místico. A estruturação de seus romances consiste na apresentação do presente e do passado sem ordem objetiva temporal.

Graham Greene (1904), G. K. Chesterton (1874-1936) e Evelyn Waugh (1903) são todos importantes escritores do catolicismo atual. Green – autor de “Stamboul Train”, “Brighton Rock”, “The Heart of the Matter”, “The Ministry of Fear” e “The End of the Affair” – é o romancista do silêncio de Deus e da angústia do homem, bem como dos paradoxais processos da Salvação e da Graça. Chesterton é autor de contos de detetive (“Padre Brown”), romancista (“The Man who was Thursdey”), ensaísta e biógrafo. Gilbert Keith Chesterton muito contribuiu para a renovação da mentalidade católica. Evelyn Waugh é mestre do humor impiedoso em sua amargura, como o revelam suas obras principais: “A Handful of Dust”, Brideshead Revisited” e “The Loved One”.

Merecem destaque, ainda, escritores como: Joseph Conrad (1857-1924), romancista do mar e do destino humano (“Lord Jim” e “Under Western Eves”); D. H. Lawrence (1885-1930), que desenvolve a temática do sexo e dos mistérios do subconsciente (“Sons and Lovers”, “Lady Chatterley's Lover”); William Somerset Maugham (1874), construtor perfeito de romances (“Of Human Bondage”, “The Moon and Sixpence”) e de contos (“The Trembling of a Leaf “ e “Rain”); KatherineMansfield (1888-1923), contista sutil da solidão dos seres humanos (“In a german Pension”, “Prelude”, “Bliss”, “The Garden Party”, “The Dove's Nest” e “Something Childish”; e, sobretudo, James Joyce (1882-1941). Joyce renovou a técnica do romance com seus livros “Ulisses” e “Finnegan's Wake” ao combinar com perfeição o realismo e a introspecção num contexto simbólico extraordinário através do recurso ao monólogo interior ampliado.

O mais notável poeta da literatura inglesa moderna é o norte-americano de nascimento T.S. Eliot (1888), cujos poemas estão reunidos em “Collected Poems”. O tema central da poesia intelectual e trágica de Eliot é a angústia perante a necessidade de descobrir o sentido da existência humana. Thomas Stearns Eliot é também um dos maiores ensaístas (“The Sacred Wood, “Selected Essays”, “The Use of Poetry and the of Criticism” e “On Poetry and Poets”), além de excelente dramaturgo – poeta em “Murder in the Cathedral”.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 80/81.


Meus queridos amigos!

Depois de quase três meses de ausência, tempo utilizado para solução de assuntos particulares, eis que, com a graça de DEUS, aqui estamos de volta para agraciar-nos com o maravilhoso convívio de todos vocês.

Aproveitamos a oportunidade, para agradecer pela valiosa compreensão, informar que estamos bem, e que, aos poucos, todas as visitas serão retribuídas, pois, como sempre, a recíproca será verdadeira.

Muito obrigado de coração.

“QUE DEUS SEJA LOUVADO”

Rosemildo Sales Furtado

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