quarta-feira, 27 de junho de 2012

Literatura Ocidental - Parte 34.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 34

LITERATURA INGLESA

O renome alcançado em vida por Kipling é entregue honrosamente na atualidade a um escritor que, enquanto vivo, era considerado mero narrador de estórias: Robert-Louis Stevenson (1850-1894). Stevenson, romancista, ensaísta e poeta – é, essencialmente, um dos raros escritores capazes de alcançar o profundamente humano e criar poderosos mitos. “Treasure Island”, “Black Arrow” e “The Master of Ballantrae” representam bem a obra deste escritor notável.

Outro criador de mitos é Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), que, conjugando Ulisses e Aquiles transpostos aos tempos modernos, apresenta seu heroi Sherlock Holmes em aventuras que se inserem num verdadeiro ciclo lendário. Sir Arthur Conan Doyle é, com justiça, reconhecido como o pai do romance policial.

A tradição francesa de Júlio Verne encontrou sua correspondente continuação com Herbert George Wells (1866-1946). George Wells apresenta de original tanto sua pretensão de fundamentar sua visão cientificista prospectiva em uma ciência exata e sólida quanto uma concepção filosófica essencialista e pessimista segundo a qual a inteligência seria a causa fundamental do Mal... De sua abundante produção citaremos “The Time Machine”, “The Invisible Man”, The War of the Worlds”, “Kipps, the Story of a Simple Soul” e Mind at the End of Its Tether”.

O final do século apresenta a escola realista e dois de seus mais importantes representantes ingleses: John Galsworthy (1867-1932) e Thomas Hardy (1840-1928). Galsworthy conjuga um humanismo generoso a certo humor ácido em Forsyte Saga” e “The Silver Box”. Thomas Hardy, romancista e poeta, escreveu “The Mayor of Casterbridge”, “Jude the Obscure” e “Tess of the d'Uberville” – os dois primeiros significativos pela maneira como retrata os personagens e o último também importante pela beleza de suas cenas rurais e pelo completo domínio do trágico habilmente revelado. Como poeta, sua obra-prima é “The Dynasts”, drama que reúne o lírico, o dramático e a dimensão épica.

Outro poeta é Algernon Charles Swinburne (1835-1909) hábil senhor dos aspectos melódicos do verso e do lirismo. De sua obra podem ser citados “Poema and Ballads” e Songs before Sunrise”. Poeta também é William Butler Yeats (1865-1939), um dos principais do chamado Renascimento Literário da Irlanda e um dos maiores da literatura mundial moderna. Yeats é criador de um universo simbólico de extrema força e significação poética, seja em seus poemas (“The Rose”, “The Tower”, “The Winding Stair” e “Last Poems”), seja nos versos de suas peças teatrais (“The Land of Heart's Desire”, “The Shadowy Waters”, “The Hour Glass”, “The King's Threshold” e “A Full Moon in March”).


Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 78/79.

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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Literatura Ocidental - Parte 33.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 33

LITERATURA INGLESA

Outros romancistas da época vitoriana são: George Eliot (1819-1880), Charlott e Emily Bronte (1816-1855; 1818-1848), Anthony Trollope (1815-1882) e Wilkie Collins (1824-1889). George Eliot, que seguiu o exemplo de George Sand não só na adoção de um pseudônimo (seu nome real é Mary Ann Evans como pela técnica de análise de personagens e pela admirável apresentação do meio rural. “The Mill on the Floss” e “Silas Marner” são seus romances principais. As irmãs Bronte, Charlotte e Emily, destacam-se pela autoria respectiva de “Jane Eyre”, em que se revela a capacidade de penetração psicológica de Charlotte, e “Wuthering Heights”, um dos grandes romances modernos. Anthony Trollope, escritos de enorme quantia de livros, é o autor de “The Warden” e de “Barchester Towers”, nos quais podemos apreciar o domínio da técnica narrativa e um vigoroso realismo. Wilkie Collins é autor de romances de mistério e terror, dentre os quais destacamos “The Moonstone”. Thomas Carlyle (1795-1881), autor de “Heros and Hero Worship” e de “French Revolution”, foi considerado historiador emérito e original crítico social – juízo reformulado atualmente nas avaliações mais serenas e objetivas. Seu estilo é afetadamente estranho pelo emprego de coloquialismos e de uma linguagem decididamente “não” inglesa, dado o excesso de estrangeirismo e de palavras compostas pelo próprio Carlyle. Autor realmente importante na época e no século seguinte é o cardeal John Newman (1801-1890), um dos fundadores do movimento de Oxford. Este movimento de inspiração religiosa combatia o liberalismo e pretendia a restauração do ritualismo na Igreja Anglicana. John Henry Newman, que adotou a religião católica, está imortalizado com sua obra e, de uma maneira especial, com “Apologia Pro Vita Sua”, comparável às “Confissões” de Santo Agostinho. É excelente a técnica estilística de Newman e a serena nobreza que caracteriza esta autobiografia religiosa.

Pertence, ainda, à época vitoriana o esteticista John Ruskin (1819-1900) que propugnou o culto à beleza e ao ideal nos domínios artísticos e sociais para a eliminação da insinceridade e da corrupção no primeiro domínio e das funestas consequências do industrialismo no segundo. Representam suas ideias “Stones of Venice” e “Unto this Last”.

La belle epoque (1870-1940)

Caracterizam esta época o apogeu da grandeza imperial, a exacerbação nacionalista e o terrível otimismo conquistador e ingênuo. Exemplo notável de tais grandezas imperialistas oferece-nos a obra de Rudyard Kipling (1865-1940) que publicou diversos livros, dentre os quais “Kim” e “Book of the Jungle”, e que pode ser resumido plenamente em suas ideias e visão do mundo através da leitura do seu poema “If”, citado nas antologias escolares.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 77/78.

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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Literatura Ocidental - Parte 32.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 32

LITERATURA INGLESA


Época vitoriana (1840-1870)

De uma maneira geral, a época vitoriana ampliou a força política da classe burguesa ao incluir também a camada média da população e, paralelamente, aguçou os sofrimentos das classes trabalhadoras. Houve, ainda, um reavivamento da religião e a emancipação do catolicismo nesta época de progresso científico e de expansão do imperialismo britânico. Literariamente, ocorreu a tomada de consciência quanto ao decadentismo romântico e a reação muito contribuiu para o florescimento literário notável subsequente. A forma literária característica da época vitoriana é o romance. 

O grande poeta do período é Lord Alfred Tennyson (1809-1892). Tennyson sobrevive em suas obras: Ulysses, Morte D'Arthur e The Lotus Eaters. Embora musicalmente magníficos, seus versos apresentam certa superficialidade e excesso de ornatos que empobrecem seu julgamento atual. O casal Browning – Robert Browning (1812-1889) e Elizabeth Barret Browning (1809-1861) – lideram a chamada escola pré-rafaelista que se caracteriza pela tendência à descrição minusciosa das cenas. Robert Browning escreveu o excelente poema dramático denominado Pippa Passes a obra-prima da literatura inglesa The Ring and the Book. Elizabet Barret Browning demonstra sua notável capacidade poética com seu livro “Poems”, no qual se encontram os imortais “Sonnets from the Portuguese”.

O gosto pelos romances muito devem pelo aparecimento e popularidade das grandes revistas as quais estão ligados os escritores da época. Charles Dickens (1812-1870) publicou em 1833 um conto de sua autoria no Monthly Magazine e, nesta revista e no Evening Chronicle, publicou a seguir diversos textos e romances em fascículos mensais, como “Shetches by Boz”, “Oliver Twist” e outros. Mais tarde, Dickens torna-se editor da revista Household Words (1849) e adquire maturidade de romancista. Deste escritor de enredos complicados e de sentimentalismo ingênuo que pretende alcançar a justiça social através da caridade devem ser citadas obras como “David Copperfield”, “Bleak House”. A Tale of two lities, “Little Darrit” e “Great Expectations”. Outro romancista que foi também editor é William Makepeace Thackeray (1811-1870), o qual se diferencia de Dickens por sua recusa do ingênuo sentimentalismo e porque não idealiza os personagens. William M. Thackeray é o autor de “Vanity Fair, A Novel without a Hero”, no qual aparece claramente o contexto social da época vitoriana através do comportamento dos personagens que apresenta.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 76/77.

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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Literatura Ocidental - Parte 31.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 31

LITERATURA INGLESA

A segunda geração romântica, composta por Percy Bysshe Shelley, Lord Byron, Sir Walter Scott e John Keats (aos quais correspondem, respectivamente, as seguintes datas: 1792-1822; 1788-1824; 1771-1832; 1795-1821, destaca-se por uma visão revolucionária que considera a poesia como expressão anárquica, o gênio como uma espécie de loucura e o herói como desordem moral.

Shelley, cuja poesia é essencialmente musical, demonstra seus sentimentos revolucionários em The Revolt of Islam e em Queen Mab, onde apresenta as mesmas ideias que, por terem sido consideradas subversivas, haviam motivado sua expulsão da Universidade. Destaca-se, ainda, em sua obra: The Cenci, Prometheus Unbound e Hellas, dramas significativos.

George Gordon Byron expressa um pessimismo extremo unido à coragem de combater preconceitos e opiniões. Sua influência sobre a literatura mundial tem sido vigorosa criando escolas “baironistas” na França, na Alemanha e no Brasil, por exemplo. Em sua obra são célebres: Childe Harold's Pilgrimage (poema em quatro cantos), Mazeppa (poema narrativo) Don Juan (sátira épica plena de realismo e humor) e Manfred (poema dramático).

John Keats apresenta inicialmente corajosa combatividade (Written on the Day that Mr. Leigh Hunt Left Prison, To Kociusko e Anniversary of Charles II's Restoration, são exemplos ótimos) e, posteriormente, uma decadente exaltação esteticista, durante a qual produz os famosos poemas: Ode on a Grecian Urn, Ode on Melancholy e Ode to a Nightingale.

O final do século XVIII assinala a popularidade do romance negro. Anne Radcliffe (1764-1822) publica em 1791 The Romance of the Forest e, quatro anos mais tarde, The Mysteries of Udolpho. Maior influência exerceu Mathias Lewis (1775-1818), cujo romance The Monk gozou imensa popularidade entre os escritores europeus ao ser traduzido.

Sir Walter Scottt inicia o romance histórico quando, reanimando lembranças da cavalaria escocesa medieval, tenta transmutar valores do passado em mitos quase épicos para o presente. São exemplos de seus romances históricos-escoceses: Rob Roy, Inanhoé e Guy Mannering.

O início do século XIX marca o aparecimento dos perfeitos romances de Jane Austen (1775-1817) com a apresentação da vida burguesa em quadros cheios de humor e de encanto. A técnica de Jane Austen para a criação de personagens e para revelações dos caracteres através de diálogos é bem atestada por Sense and Sensibility, Pride and Prejudice e Northanger Bay.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 75/76.

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