quarta-feira, 4 de abril de 2012

Literatura Ocidental - Parte 26.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 26

LITERATURA INGLESA

Fato paralelo notável é a popularidade que adquire o gênero teatral. Nicolas Udall (1505-1556), primeiro dramaturgo inglês, apresenta uma adaptação de peça escrita por Plauto. Udall dá forma literária e apresenta em palco sua adaptação no ano de 1553. Nove anos mais tarde surge uma adaptação mais perfeita: trata-se da primeira tragédia em moldes clássicos apresentada em palco inglês e seus autores são Gorboduc de Thomas Sackville e Thomas Northon (1536-1608; 1532-1584). Sackville e Northon modificaram o tema de uma tragédia de Sêneca, inserindo sua temática na crônica dos reais anglo-saxônicos. A multiplicidade de adaptações para o teatro é tão rica como a observada em relação aos poemas clássicos e renascentistas vertidos na mesma época para a língua inglesa. Os autores de Itália fornecem o material primeiro para as obras de Whetstone (1544-1587); Terêncio, Eurípedes e Ariosto servem para a inspiração de George Gascoigne (1525-1577). Durante vinte anos, muitos autores realizarão experiências semelhantes.

O público adepto de teatro aumenta e, progressivamente, torna-se mais exigente. Companhias teatrais permanentes, itinerantes e sedentárias, encontram as necessárias condições para constituição a partir da primeira, em 1580. Este imenso e rápido desenvolvimento teatral encontra apoio concreto com a construção de salas diretamente organizadas para enfrentar a demanda popular. A adaptação de peças estrangeiras alcança cada vez mais a forma de inspiração e retomada de temas com progressiva originalidade. Entre os mais notáveis de tais autores teatrais deve ser destacado Christopher Marlowe (1564-1593), precursor de Shakespeare, autor de imensa obra dramática que pode ser bem representada pela citação de “Fausto” e de “O Judeu de Malta”.

William Shakespeare (1564-1616)

William Shakespeare “o poeta da humanidade”, segundo Anatole France – inaugura a grande época da literatura inglesa. Possuidor de imenso vocabulário que emprega expressivamente e com propriedade notável, Shakespeare conhece e reproduz esta lúcida consciência que tem da natureza humana. Apresenta em sua obra os três séculos da evolução histórico-social da Inglaterra: Hamlet, Othelo, Macbeth, King Lear; King Henry VIII, Romeo and Juliet; The Merchant of Venice (inspirado no já citado “The Jew of Malta” de Christopher Marlowe); The Merry Wives of Windsor , The Tempest e A Midsummer Night's Dream – entre as principais de suas 17 comédias, 10 tragédias e 10 dramas.

Além de poeta em sua obra de dramaturgo, Shakespeare eleva-se como poeta em poemas autônomos de excelente conteúdo lírico. Sua riqueza imagística e densidade num conjunto impecavelmente organizado, bem como a nobreza e musicalidade intimamente unidas à apresentação do pensamento já o colocariam na posição que, inegavelmente, ocupa como um dos maiores escritores da humanidade.

Outros criadores da época isabelina são Ben Johson (1574-1637), autor de Volpone e Epicoene; Thomas Dekker (1570-1641); George Chapman (1559-1634), tradutor de Homero, dramaturgo que retoma temas históricos franceses e autor de The Widdowes Teares onde se assinala a presença simultânea do trágico e do cômico; Francis Beaumont (1584-1616) e John Fletcher (1579-1625).

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 68/69.

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