HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 18
LITERATURA FRANCESA
(Continuação do post anterior)
A poesia deixa de ser gênero popular. O único sucesso popular – Paul Géraldy ao publicar “Toi et Moi” – não é, sob o ponto de vista crítico, reconhecido como autêntica. Os grandes poemas raramente atingem o público e retiram-se para as páginas restritas e especializadas de revistas. Os grandes poetas – Guillaume Apollinaire (1880-1918), Saint-John Perse (1887), Jean Cocteau (1892-1963), Paul Éluard (1895-1952) e Louis Aragon (1897) ou aqueles de certa importância – Charles Vildrac (1882), Pierre Mac Orlan (1883), Marie Noël (1883), Jules Supervielle (1884-1960), Blaise Cendrars (1887-1961) e Pierre Reverdy (1889-1960) – são nomes conhecidos, mas, pouco lidos. Os movimentos de revolução nos conceitos poéticos (o “dadaisme” de Tristan Tzara, o surrealismo de André Breton, o musicismo de Jean Royere etc.) apenas reforçaram a impressão popular da poesia como atividade secreta, marginalizada e confidencial atingível apenas por uma elite altamente restrita. Guillaume Apollinaire ao publicar a conferência manifesto – “L'esprit Nouveau” deu as linhas mestras da poesia moderna e com sua obra poética (“Calligrammes”, “Alcools” e “Ombre de mon Amour”) inovou o verso aproximando-o do surrealismo e do cubismo de justaposição caótica. Este modernista de fundo romântico é também o autor da prosa poética “L'Enchanteur Pourrissant” e dos contos “L'Hérésiarque et Cie”. Saint-John Perse, pseudônimo literário de Alexis Léger, é o poeta de “Eloges”, “Anabase”, “Exil”, “Vents” e “Amers” de ressonâncias cósmicas e com emprego do verseto à Claudel. Jean Cocteau dedicou-se a vários movimentos modernistas ao escrever “Le Cap de Bonne-Espérance”, “Vocabulaire”, “Plain-Chant” e “Ópera”. Paul Éluard, cuja poesia é um movimento oscilante entre a realidade e o sonho e que elabora a comunhão e a harmonia na simplicidade de seu estilo, escreveu “Capitale de la Douleur”, “L'Amour à la Poésie”, “La Vie Immédiate”, “La Rose Publique” e “Les Yeux Fertiles”. Louis Aragon inicialmente pertenceu ao grupo Dada, após 1930 aderiu ao surrealismo e, posteriormente, abraçou o comunismo. “Le Mouvement Perpétuel” é composição poética de primeira fase, “Hourra l'Oural” da última e nesta, apresenta domínio do ritmo e da criação imagística.
Ao contrário do que ocorre com a poesia, o teatro readquire prestigio popular. O sucesso de autores teatrais, como Sacha Guitry (1885-1957), Jules Romains (1885), Charles Vildrac (1882), Jean Giraudoux (1882-1944), Jean Anouill (1910), Edmond Rostan (1869-1918) ou Albert Camus (1913-1963) e Jean-Paul Sartre (1905), retiram as peças teatrais do círculo restrito em que se mantinham as anteriores.
Sacha Guitry é autor de comédias ligeiras – como “La Jalousie”, “Faisons d'un Rêve”, “Mon Père avait Raison”, “Désiré” ou “Quadrille” – e de fantasias históricas – como “Jean de la Fontaine”, “Pasteur” e “Mozart”. O notável de Sacha Guitry é o manejo do paradoxo e a habilidade e facilidade de comunicação com o público. Jules Romains obtém sucesso com as comédias satíricas “Knock” e “Donogoo”, construídas em torno de caricaturas e objetivando sutilmente uma moralidade. Charles Vildrac, com sensibilidade e poesia, obtém êxito com “Le Paquebot Tenacity”, “Michel Auclair”, “Madame Béliard” e, sobretudo, com “Le Pélerin” e “La Brouille” – peças de teatro intimistas. Jean Giraudoux ao compor “Intermezzo” e “Electre” revela sua preocupação fundamental com graves problemas e as verdades eternas numa prosa de perfeição excepcional. Jean Anouill, autor de “Le Voyageur sans Bagage” e de “Le Sauvage”, ´e o dramaturgo da rebeldia e da violência de emoção que se dedica à aspiração da pureza. Edmond Rostand é o dramaturgo-poeta de “Cyrano de Bergerac”, comédia-heroica escrita em versos e que, por seu lirismo, filia-se a um teatro neo-romântico.
(Continua no próximo post.)
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 56/58.
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2 comentários:
Gosto muito de me inteirar desses post do teu blog.Hoje consegui ler alguns atrasados. Muito bom sempre!
abraços, chica
Ciao Furtado.
Che bello !leggo il post con molto interesse , anche se non sono all'altezza da poterti lasciare un mio pensiero sul tema della letteratura . Ma piano piano sto iniziando ad apprendere ogni volta qualcosa di più . Grazie a te!
Ti auguro una felice serata Lina .
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