quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 15.




HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 15

LITERATURA FRANCESA


(Continuação do post anterior)

Época naturalista (1850-1890)

O naturalismo inicia-se com o exilo de Victor Hugo e o golpe de estado de Louis Bonaparte; é a época em que a burguesia pretende organizar definitiva e exclusivamente a sociedade de acordo com o espírito e, assim “restaurar” a ordem.

O pensamento crítico e histórico renovador prossegue. Saite-Beuve publica as importantes obras “Causeries du Lundi” e, em 1860, termina “Port Royal”, estudo das origens do movimento e das principais figuras do jansenismo dentro do quadro histórico-literário do século XVII. As obras completas de Joseph Proudhon são publicadas e conhecem prestígio entre 1868 e 1876: “Qu'est-ce que la propriété?”; Contraditions économiques”; “La Philosophie de la Misère”; “La Guerre et la Paix”; “Idées Révolutinnaires” etc. Proudhon, socialista utópico, analisa e ataca a burguesia, o capitalismo e a propriedade, que conceitua como “um roubo”. Claude Bernard (1813-1878) publica, em 1865, “Philosophie Expérimentale”; Claude Bernard introduz o método experimental na Medicina clínica. O positivismo, representado por Taine e por Ernest Renan (respectivamente 1828-1893 e 1823-1892), e o materialismo são as duas grandes linhas do pensamento no século. Hippolyte Adolphe Taine publica, entre 1865 e 1869, sua “Philosophie de l'Art” analisando as criações artísticas a partir da ação mecânica dos 3 fatores essenciais: raça, meio e momento. Ernest Renan publica os oito volumes de sua “Histoire des origines du christianisme”: “Vie de Jésus”, “Les Apôtres”, “Saint Paul”, “L'Antécrist”, “Les Évangiles et la seconde génération chrétienne,”L'Église chrétienne”, “Marc-Aurèle et la fin du monde antique” e “Index général” – ensaios de caráter histórico-religiosos que, proclamando a dignidade da personalidade humana com um fim em si mesma, procuram atribuir perspectivas humanas e estéticas à religião. Em 1890, Renan publica “L'Avenir de la Science”.

A nova corrente literária que se forma na época apenas receberá o nome de naturalismo com Zola (1840-1902). Émile Zola escreve romântica e naturalisticamente combinando uma energia estilística e imaginação artística à Victor Hugo com um realismo épico formado pela abundante acumulação de detalhes e pela análise sociologicamente determinada de seu tema predileto -- a miséria. Zola publicou “L'Assomoir”, sobre os pobres de Paris; e “Germinal”, a respeito dos operários mineiros; bem como,”Nana”, “La Débâcle” e “La Terre”.

Outra figura de transição poderia ser Gustave Flaubert (1821-1880) cujo temperamento romântico é expressado através de técnica naturalista com objetividade e impessoalidade. Como último romântico conhece e retira efeitos artísticos dos valores da musicalidade verbal, explora o pitoresco e emprega o expressivo; como realista inicial auxilia a literatura a reencontrar a vida real através da observação objetiva e minuciosa da realidade. Flaubert escreve diversos romances de formação simbólica, como “La tentation de Saint Antoine”. “Madame Bovary” e “L'Éducation Sentimentale”; dedica-se também ao romance histórico que, pela primeira vez, separa-se da história romantizada, como “Salammbô” o demonstra.

Alexandre Dumas Filho (1824-1895) destaca-se pela sua peça teatral “La Dame aux Camélias”. Toda a temática de Alexandre Dumas Filho pode ser resumida na tese de que a desorganização social resulte da desorganização familiar. Alphonse Daudet (1840-1897) é escritor naturalista de raro estilo cristalino, que expressa emoção e humor formados a partir de agudo dom de observação e organizados por uma visão realmente poética e satírica da vida parisiense. Entre as principais obras de Alphonse Daudet há que destacar “Le Petit Chose”, quase autobiográfico; “Lettres de Mon Moulin” e “Contes Choisis; e “Tartarin de Tarascon”.

Guy de Maupassant (1850-1893) é autor de numerosos contos e de um romance significativo, ”Une Vie”. Os contos de Maupassant são: “La Maison Tellier”, “Mademoiselle Fifi”, “Contes de la Bécasse”, “Les Soeurs Rondoli” e, durante a maturidade literária, “Yvette”, “Miss Harriett”, “Monsieur Parent”, “Contes du Jour et de la Nuit”, “La Petite Roque”, “Toine”, “Le Horta” e “Le Rosier de Madame Husson”. Transparece em Maupassant a desesperação alternadamente revelada através do sarcasmo, da piedade ou da angustia; os personagens não são comentados mas revelados pelos próprios atos concretos e estes jamais são julgados pelo escritor de extrema objetividade; o estilo apresenta simplicidade, sobriedade, equilíbrio e condensação.

(Continua no próximo post.)

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 51/53.

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5 comentários:

hiromon disse...

フランス語は、名高い。
しかし。
私は、フランス文学に対する教養が無かった。

Daniel Costa disse...

Rosemildo

Sem ser erudito, tenho muito interesse em ler esta tipologia de textos. Tudo o que poderá aprofundar conhecimentos me interessa. Gosto muito do blog!
Proveito a convidar a dar volta, no TOP SECRET OLAVO, mesmo painel.
Um abraço

Linasolopoesie disse...

ROSAMILDO CIAO
Come vedi vengo sempre a visitare il tuo post. scrivi molto bene davvero . Leggo con molto interesse anche se a riguardo non ti lascio il mio parare per che non sono all'altezza per potermi esprimere , e non vorrei fare una brutta figura . Non posso che complimentarmi con te per la tua bravura . CIAO LINA

chica disse...

Vim deixar um abraço praiano e dizer que esse blog, por ser postagens que exigem mais tempo pelo tamanho, lerei somente quando voltar das férias. Gosto de fazer por inteiro e aqui não dá!

abração,tudo de bom e no outro estarei sempre que tiver novidade...chica

Mara Santos disse...

Boa noite Rosemildo!
É muito bom passar por aqui, pois saio sempre aprendendo algo novo.
Obrigada....
Beijo

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