quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Literatura Ocidental - Parte 08.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 08

LITERATURA FRANCESA

(Continuação do post anterior)

Orientação diversa do grupo de Plêiade é concretizada por dois autores que se aproximam do espírito renascentista de Erasmo: Rabelais e Montaigne. François Rabelais (1490-1553), poeta pleno de humor e de irreverência, exerce profunda influência sobre a literatura francesa que lhe é posterior, embora tenha sido até hoje reformulada a visão das diferentes épocas: quando as puritanas condenam o que consideram brutalidade de crítica; quando conservadoras, seu espírito crítico e de irreverência. O incontestável é seu valor evidenciado nas aventuras dos heróis Pantagruel, Gargântua e Panúrgio e no seu amor combativo pela justiça, pela cultura e, sobretudo, pela humanidade. Michel de Montaigne (1533-1592) representa a interiorização do anseio pela liberdade e pelo individualismo que não se exterioriza violentamente como em d'Aubigné e em Rabelais, mas, que, cultuando a Razão e a análise paciente e prudente, busca as bases objetivas para concretizá-lo. Suas meditações e comentários estão reunidos com simplicidade de estilo e veemência em seus “Essais”. A expressão literária não-cristã de Motaigne eclodirá, posteriormente, com Helvétius e Voltaire.


Século XVII

O século XVII será completamente diferente do anterior ao substituir a indisciplina e o pensamento combativo do século XVI por realizações disciplinadas e formalistas. Histórica e socialmente, a morte de Henrique IV assinala a pacificação aparente dos conflitos políticos, religiosos e sociais e a tarefa fundamental do governo em reforçar seu poder e reforçar a unificação.

A ordem, a calma e a frieza do “bom” burguês são os ideais de um dos principais escritores do século: Malherbe. François de Malherbe (1555-1628) é poeta (odes, sonetos, epigramas e paráfrases de salmos) e gramático, que prega a depuração da língua e transcreve em versos formalmente elegantes suas emoções superficiais. O combate aos neologismos, empréstimos dialetais e eruditos é continuado por Jean Louis Guez de Balzac (1594-1654) que escreveu “Lettres”,”Socrate chrétien” e “Aristippe”.

Opondo-se ao intransigente combate pela pureza da língua, Théophile e Saint-Amant defendem a plena liberdade de expressão, mas, a língua literária seguirá os cânones preconizados por Malherbe. Esta direção muito deve a Claude Favre de Vaugelas (1585-1650) e a Richelieu que em 1635 funda a Academia Francesa. Vaugelas diretamente contribuiu para a consolidação do bom uso linguístico com sua obra “Remarques sur la langue Française”; a “Académie” o fez em obediência a seus objetivos fundamentais de conservar e preservar a língua, bem como de estabelecer as regras literárias e julgar as obras novas.

As ideias do grande filósofo francês René Descartes (1596-1650) – dentre as quais, as de individualismo, primazia do pensamento e do bom senso, justo equilíbrio – exercem profunda influência sobre os escritores. Descartes elevou o francês à dignidade de língua capaz de expressar pensamentos filosóficos. Escreveu em francês: “Discour de la Methode”, “Traité de Passions de l'Ame” e Méditations Métaphysiques”. O justo equilíbrio foi mantido no pensamento religioso através do orador sacro Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704), autor de aproximadamente duzentos sermões, dos quais apenas um publicado em vida. Bossuet escreveu, entre outros livros, as seguintes obras: “Traité de la Connaissance de Dieu e de soi-même”, “Logique” e “Politique tirée de l'Ecriture Sainte”.

Nicolas de Malebranche (1638-1715), filósofo, foi discípulo de Descartes, porém, cometeu a heresia do ocasionalismo. De suas obras merecem citação: “Méditations chrétiennes et métaphysiques” e “Recherche de la Vérité” – nesta última, aponta os perigos de uma razão livre.

(Continua no próximo post.)

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 39/41.

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3 comentários:

chica disse...

Sempre mais e mais detalhes nos mostras e proporcionas conhecimento aqui! abração,chica

Maria Rodrigues disse...

Amigo, mais uma brilhante aula de cultura.
Bom domingo e uma excelente semana
beijinhos
Maria

Ricardo Miñana disse...

Siempre es interesante un repaso a la historia.
que tengas una buena semana.
un abrazo.

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