quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Literatura Ocidental - Parte 05.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 05

A ORATÓRIA ROMANA

Embora imensamente importante, a oratória nem sempre, devido ao seu caráter predominantemente oral, consegue chegar aos registros da linguagem artística.

Pode-se apenas apreciar Cícero (Marco Túlio Cícero – 103-43 a.C.) cujas obras essenciais conseguiram sobreviver, atingindo influência excepcional. Suas célebres Catilinárias descrevem como perigosa conspiração que poderia provocar a destruição social de Roma a tentativa progressista de Catilina no sentido de reformular a ultra-conservadora estrutura sócio-econômica do império. Legou-nos vasta obra que pode ser classificada em tratados de retórica (De Inventione, De Oratore, Brutus etc.), 14 discursos e diversas cartas, tratados de política e de divulgação filosófica (De república, De Legibus etc.). Seu epistolário é sumamente agradável e elucidativo da vida romana.

Como estilista exerce influência constante sobre a posteridade que busca reproduzir sua pureza, vigor e riqueza expressiva.


A LITERATURA CRISTÃ INICIAL

A primeira língua que serve para a transmissão e divulgação do cristianismo é a grega. Nela foi elaborada a versão de Alexandria que introduziu a Bíblia ao mundo não-semita. Paulo, apesar de cidadão romano, redigiu suas epístolas em língua grega.

Também em grego foram travados os primeiros debates teológicos, redigidas as primeiras controvérsias entre pensadores cristãos e não-cristãos e compostas as primeiras apologias da religião nova. Paralelamente, iniciava-se uma literatura cristã em latim. Uma refutação ao filósofo não-cristão Celso foi escrita por Orígenes de Alexandria (187-254). No século III, um grego anônimo compôs uma Exortação aos Gregos, que embora curiosa é notável pelo grau de erudição que revela.

Uma Apologética com o objetivo de convencer os magistrados romanos a não mais perseguirem os adeptos da nova religião marca o aparecimento do primeiro apologista que se expressa na literatura latino-cristã: Tertuliano (160-240).

São Jerônimo (331-420), profundo conhecedor do grego e do hebraico, traduziu para o latim a Bíblia conhecida como versão Vulgata. Em sua abundante correspondência transparece sua natureza que embora generosa revela-se também enérgica e agressiva. É autor de numerosas crônicas e homílias. A Igreja considera-o santo patrono dos tradutores e dos escritores.

Santo Agostinho (354-430) é o mais atraente autor da literatura latino-cristã. Esforçou-se em elaborar uma síntese entre o pensamento platônico e a teologia cristã em sua célebre “De-Civitate Dei”. O desenvolvimento do pensamento cristão tem sido no sentido de exaltar crescentemente o êxito do agostinismo. Literariamente sobreleva-se sua obra “Confissões” na qual inaugura uma literatura pessoa de introspecção e de preocupações existenciais.


LITERATURA MEDIEVAL EUROPEIA

Inicia-se a idade média com a cisão oficial do império romano em 395 em Ocidental romano e Oriental bizantino e posterior aniquilamento do primeiro sobre pressão dos bárbaros (476). Seu final é marcado pelo desaparecimento do império do Oriente com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1495.

A partir do século VIII o latim não consegue sobreviver a não ser como veículo de expressão religiosa e erudita. O povo, que não mais compreende o latim de Cícero, elabora nova tradição e constitui as novas línguas que formarão a Europa moderna. Também o mesmo ocorre no império Oriental no qual a separação e isolamento dos intelectuais seria expressa pelo conceito de bizantinismo que acompanharia a classificação deste diletantismo erudito afastado da realidade.

O primeiro texto de importância em latim vulgar, ou propriamente em francês, é a proclamação de Lotário “Juramentos de Estrasburgo” que pronunciou em 842 quando em guerra de disputa com os demais netos de Carlos Magno: Luís, o germânico e Carlos, o calvo.

Um século após, poemas religiosas são traduzidos em língua romana: “Cantilena de Santa Eulália”. Ensaio original é constituído pela breve narração que, embora ingênua, procura alcançar clareza e exatidão estilísticas: os trezentos versos conhecidos como “Vie de Saint Léger”. Em 1080 é elaborada a célebre “Canção de Roland”, primeiro texto literário valioso da literatura neolatina. Observe-se, novamente, a precedência da linguagem poética sobre a prosaica.

(Continua no próximo post.)

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 32/34. 

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2 comentários:

Vários. disse...

caro amigo


Existe um blog para homenagear e divulgar a literatura potiguar
Peço a vocês, que divulguem esse trabalho sem fim lucrativo, que quer apenas valorizar as obras da nossa terra. Todos os homenageados vivos, estão sendo comunicados e estão muito felizes .

Existem muitos livros e escritores da terra que precisam ser relançados e reeditados urgentemente.
entao, estamos tentando chamar atencao dos governos municipal e estadual para essa causa, que é de todos.

101 livros do RN
http://101livrosdorn.blogspot.com/

Grato pela atenção

chica disse...

Mais uma bela aula por aqui,Rosemildo! Interessante e é bom dar uma mexida nos neurônios...

Aprender faz bem! Lindo domingo!abração,chica

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